*Fatores externos:
Em 1806, Napoleão Bonaparte, decretou o Bloqueio Continental. O objetivo desse bloqueio era arruinar a economia da Inglaterra, principal rival dos franceses. O decreto exigia que os países europeus deixassem de comerciar com a Inglaterra, fechando seus portos aos navios ingleses.
Como Portugal e Inglaterra eram grandes parceiros comerciais, acatar o bloqueio significava grandes prejuízos para a economia portuguesa. Além disso, Portugal temia que, acatando o bloqueio, poderia sofrer represálias inglesas.
Em 1807, com o risco da invasão do país pelas tropas francesas comandadas por Napoleão, o príncipe regente Dom João resolve "fugir" com sua família e a corte portuguesa para o Brasil.
*O fim do "pacto" colonial.
Ao chegar no Brasil, em 22 de janeiro de 1808 (Bahia), por pressões inglesas, Dom João resolveu abrir os portos brasileiros ao comércio internacional. Esse decreto, significou o fim do "pacto" colonial e, pode ser visto como o primeiro passo dado para a independência do Brasil, já que, a partir do decreto, o Brasil tinha liberdade de comércio, ou seja, poderia fazer comércio com qualquer país, sem a interferência de sua metrópole (Portugal).
*O período joanino (1808-1821).
Além da abertura dos portos, Dom João, realizou uma administração bastante interessante para o Brasil. Vejamos:
1) Em 1810, assinou o Tratado de Comércio e Navegação que estabeleceu as taxas alfandegárias a serem pagas sobre os produtos importados.
2) Em 1815, Dom João elevou o Brasil a categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves que, acabou dando autonomia administrativa para o Brasil.
Além dessas importantes medidas, foram anexadas ao território brasileiro, a região da Guiana Francesa (1809) e a Província Cisplatina/Uruguai (1821) e, foram criadas escolas, o Banco do Brasil, a Imprensa Régia, a Biblioteca Real, o Museu Real, o Jardim Botânico e várias repartições públicas, como a Polícia Militar.
Apesar de tudo isso, Dom João VI acabou por enfrentar em 1820, um golpe que vinha de Portugal. Estourou em Portugal, a Revolução Liberal do Porto que, exigia a volta imediata do rei para a metrópole.
Em abril de 1821, o rei voltou para a Europa, obedecendo às determinações das Cortes de Lisboa (Parlamento), deixando em seu lugar, Dom Pedro como príncipe regente do Brasil.
*As pressões das Cortes de Lisboa.
Quando Dom João voltou ao seu país, o governo estava entregue às Câmaras populares (Parlamento). As Cortes , passaram a exigir a "recolonização" do Brasil, isto é, a volta do "pacto" colonial e o retorno imediato de Dom Pedro para Portugal.
Devido a seu propósito de recolonizar o Brasil, as Cortes adotaram medidas que restringiam a autonomia do governo brasileiro, enfraquecendo a autoridade de Dom Pedro. As pressões das Cortes e das elites brasileiras acabaram levando, Dom Pedro a declarar que ficaria no Brasil - Dia do Fico (09/01/1822) e, mais tarde a descumprir às ordens vindas das Cortes de Lisboa.
È nesse clima de confronto que, acontecerá o rompimento entre o Brasil de Dom Pedro e Portugal, comandado pelo Parlamento, ou seja, no dia 07 de setembro de 1822, o Brasil proclama sua independência política em relação a metrópole após 322 anos de exploração.